sexta-feira, 29 de abril de 2011

Desabafos ...



Eu procuro por mim, eu procuro pelo que é meu, por aquilo que perdi, eu procuro pelos destroços que ficou o coração, que habita a solidão de não ter a presença da luz, por não entender e querer fugir desta realidade sombria que dói e destrói minha alma,  o vazio de não ter, de saber o que se quer e não entender porque, o não diante daquilo que muita vezes foi sim.
Procuro pela vida que esvaiu das minhas mãos, pelo sorriso que desapareceu, e sobraram as lagrimas que percorrem eu rosto, mas petrifica o serne, pela dor do abandono, por aquilo que lutei e hoje esta longe, distante, mal consigo ver e não posso tocar.
Loucura, pode até ser, mas é a sombra do vazio que cobre o meu rosto, que não sabe traduzir em palavras o que se passa nas profundezas do abismo que criou entre eu e eu.
Perdida nos próprios sentimentos, incoerentes, inconsequentes,  sem motivos, desiludidos, soltos ao vento, sem direção, como poeira no deserto, água no mar, assim esvaziando o que se há, para ver se existe alguma possibilidade de existir algo que ainda faça valer pela vida.
Desencantos, ruinas decorrentes daquilo que nem eu sei explicar, da confusão da minha mente, daquilo que se sente, da poesia que não tem mais rima, das canções que não possuem melodia, da voz que se calou, da dor que tomou conta, do vazio e escuridão, da imperfeição, mas da busca para sobreviver a este inverno.
 Sonhar? Que sonhos, eles se dissiparam feito nevoa de manhã que o brilhar do sol dissolve e não trás mais, sonhos que um dia acreditei, em mim, em você, em nós, naquilo que achei correto das incertezas a certeza que o amor prevalecia sempre, vai entender! As palavras saem como fogo da boca de um dragão, para tentar decifrar os sentidos de tudo isso, se perdem nas confusões de sentimentos e pensamentos no tumulto que hoje estou. Vergonha? Não! É a verdade que nos faz enxergar que nem tudo é pra sempre, que o que era, já não é mais, que a certeza não existem, que a dor é eficaz visto de maneira a aprender com tudo que se passa e se sente, tenho que entender, mas desisti, sentimentos sem intenções, sem saber quem sou hoje, não sei o que quero e o que preciso.
É pisar em área sólida demais para persuadir ou formar outra estrutura capaz de suportar tudo o que estou passando, é complicado, na estrada que vimos, não temos mais, dos sonhos que vivíamos já não existe ,  tudo aquilo que eu era se desfez como o calor derrete o gelo e não se recompõe, vai compreender o que se passa na cabeça e no coração de alguém que não sabe mais nem o que pode ser o amor, se o medo de ser real dói, Mais trágico e dolorido é a vergonha de ser mentira, e o que realmente é verdade? Se o sonho foi verdade, a estrada era de verdade, desconfio de tudo e não estou errada, estou tentando encontrar o que perdi, ainda não me achei e quando achei que tinha me encontrado, me perdi novamente e assim o processo de vida continua num constante achar-se e perder-se, sem desperdiçar a essência e a naturalidade de sermos quem somos, assumirmos os ricos, as palavras escritas erradas os pensamentos soltos, os erros.
Não é por ninguém é por mim, por aquilo que fui e pelo que me tornei, pelo que sou, sinceramente, não sei o que sinto, nem que quero ou espero .. só sei que hoje me sinto assim!

Um comentário :

  1. Nossa, suas palavras tem um simplicidade que traz prazer de ler. Um turbilhão de sentimentos que muitos sente mas não saberiam descrever tão bem como você. Espontânea e ao mesmo tempo perceptiva de detalhes. Texto maravilhoso, me indetifiquei com cada palavra.

    Seu blog tá muito bom, layout simples e bonito, sem muito exagero e extravagância; Os textos muito bens escritos e descritos com o verdadeiro que em ti habita.
    seguindo seu blog, continue assim.
    Bjs!

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